Bronquiectasia: Entenda Essa Condição Pulmonar Silenciosa Que Afeta Milhares de Brasileiros
- analuizapanico3
- 16 de jun.
- 5 min de leitura
A bronquiectasia é uma condição respiratória crônica ainda pouco conhecida pela maioria da população. Mesmo sendo uma doença que pode comprometer de forma significativa a qualidade de vida dos pacientes, ela costuma se desenvolver de forma silenciosa, dificultando o diagnóstico precoce.
Neste artigo, você vai entender o que é a bronquiectasia, quais são suas causas, sintomas, formas de diagnóstico e tratamento. Tudo com base em fontes confiáveis da área da saúde e da pneumologia. Se você ou alguém próximo apresenta sintomas respiratórios persistentes, a leitura deste conteúdo pode ser o primeiro passo para buscar o cuidado adequado.

O que é bronquiectasia?
Bronquiectasia é uma doença pulmonar crônica caracterizada pela dilatação anormal e permanente dos brônquios, que são os canais que conduzem o ar até os pulmões. Essa dilatação prejudica a função dos cílios respiratórios e facilita o acúmulo de muco, tornando o ambiente propício para infecções pulmonares recorrentes.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a bronquiectasia pode surgir como consequência de infecções respiratórias mal curadas, como pneumonias repetidas, tuberculose ou até mesmo gripes mal acompanhadas em pacientes mais vulneráveis.
Além disso, algumas doenças sistêmicas ou genéticas, como fibrose cística, doenças autoimunes e imunodeficiências, também estão entre as causas possíveis. De acordo com o Manual MSD, em até 50% dos casos não é possível determinar uma causa exata, o que evidencia a complexidade da condição.
Por que a bronquiectasia é considerada uma doença silenciosa?
A principal razão pela qual a bronquiectasia é classificada como uma doença silenciosa está no fato de que seus sintomas são muitas vezes confundidos com quadros respiratórios comuns, como bronquite crônica ou crises de asma.
O paciente pode apresentar tosse com secreção por semanas, sensação de falta de ar ou chiado no peito e, mesmo assim, não buscar avaliação especializada. Em muitos casos, só após anos de queixas respiratórias é que se chega ao diagnóstico correto.
Conforme dados do Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD), pacientes com doenças respiratórias crônicas demoram em média de 2 a 5 anos para obter um diagnóstico preciso, o que atrasa o início do tratamento e pode agravar os sintomas.
Quais são os sintomas mais comuns da bronquiectasia?
Os sintomas podem variar de acordo com a gravidade da condição e a presença de infecções pulmonares associadas. Entre os sinais mais frequentes da bronquiectasia, estão:
Tosse crônica com expectoração persistente
Secreção espessa e de difícil eliminação
Falta de ar mesmo em atividades leves
Chiado no peito
Sensação de cansaço frequente
Episódios repetidos de infecção respiratória
Em alguns casos, escarro com sangue (hemoptise)
Vale destacar que a quantidade de secreção eliminada costuma ser maior ao longo do dia e tende a se intensificar pela manhã. O muco acumulado nos brônquios dilatados serve como ambiente ideal para a proliferação de bactérias, o que torna as infecções pulmonares recorrentes.
Como é feito o diagnóstico da bronquiectasia?
O diagnóstico exige avaliação clínica detalhada por um pneumologista, além de exames de imagem. A principal ferramenta para confirmação da bronquiectasia é a tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR), que permite visualizar com clareza a dilatação dos brônquios e a presença de secreção acumulada.
Exames de escarro também podem ser úteis para identificar bactérias presentes nos pulmões e direcionar o tratamento com antibióticos.
É importante ressaltar que o diagnóstico não depende apenas dos exames, mas da combinação entre histórico clínico, sintomas e resultados laboratoriais. O acompanhamento com um especialista em pneumologia é essencial para evitar confusões com outras doenças respiratórias.
A bronquiectasia tem cura?
Infelizmente, a bronquiectasia não tem cura, mas pode ser controlada. Com o tratamento adequado e acompanhamento médico regular, é possível reduzir a frequência das infecções, melhorar os sintomas e garantir mais bem-estar ao paciente.
O tratamento da bronquiectasia inclui:
Uso de antibióticos específicos, principalmente durante crises infecciosas
Fisioterapia respiratória, para ajudar na eliminação de secreções
Inalações com soluções salinas ou medicamentos broncodilatadores
Vacinação em dia, especialmente contra gripe e pneumococo
Exercícios físicos supervisionados, que fortalecem a capacidade pulmonar
Segundo o Ministério da Saúde, o controle adequado da bronquiectasia pode evitar hospitalizações, melhorar a capacidade funcional e manter a qualidade de vida mesmo em casos moderados ou graves.
Existe alguma forma de prevenir a bronquiectasia?
Embora nem todos os casos possam ser evitados, algumas medidas reduzem significativamente o risco de desenvolver a bronquiectasia, como:
Tratar corretamente infecções respiratórias, sem interromper o uso de antibióticos antes do tempo
Evitar exposição contínua à poluição, poeira e fumaça de cigarro
Controlar doenças respiratórias crônicas como asma e DPOC com acompanhamento médico
Realizar check-ups pulmonares regulares, especialmente em pessoas com histórico familiar de doenças respiratórias
Segundo dados da American Thoracic Society, a bronquiectasia tem se tornado mais frequente entre adultos e idosos, especialmente com o envelhecimento da população. Por isso, a vigilância dos sintomas é ainda mais importante após os 50 anos.
Qual é o impacto da bronquiectasia na vida do paciente?
Apesar de parecer uma condição discreta, a bronquiectasia afeta diretamente a rotina de quem convive com ela. A presença constante de secreção e tosse pode causar constrangimento em ambientes sociais e de trabalho. A falta de ar também interfere nas atividades físicas e no descanso noturno.
Com o tempo, se não for tratada de forma correta, a doença pode evoluir para quadros mais graves, como insuficiência respiratória e necessidade de oxigenioterapia. Isso reforça a importância de um diagnóstico precoce e da adesão ao tratamento.
De acordo com o National Health Service (NHS) do Reino Unido, pacientes com bronquiectasia bem controlada podem levar uma vida ativa e produtiva, desde que mantenham acompanhamento contínuo e sigam as orientações do especialista.
Quando procurar um pneumologista?
Tosse crônica com catarro não deve ser normalizada. Muitas vezes, o corpo dá sinais de que algo não está bem e o ideal é não ignorá-los. Se você apresenta sintomas respiratórios frequentes ou já teve infecções pulmonares repetidas, o ideal é procurar um pneumologista para uma avaliação completa.
O diagnóstico precoce da bronquiectasia permite iniciar o tratamento antes que haja comprometimento significativo da função pulmonar. Quanto antes a doença for identificada, maiores são as chances de manter o quadro sob controle.
A bronquiectasia é uma condição respiratória que, embora silenciosa, exige atenção. Conhecer os sintomas, as causas e as formas de tratamento é essencial para garantir que o problema não evolua sem o devido cuidado. Se você convive com tosse prolongada, produção excessiva de secreção ou infecções pulmonares recorrentes, não adie a consulta com um especialista.
A Dra. Ana Luiza Panico é pneumologista com grande experiência no diagnóstico e tratamento de doenças respiratórias, incluindo a bronquiectasia. Agende sua consulta presencial ou online e saiba como recuperar sua qualidade de vida com um plano de cuidado personalizado.
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